O ferro verde conecta a Bahia à demanda internacional por aço descarbonizado

Chamado de HBI, o produto já está despertando o interesse de grandes indústrias para operações mais sustentáveis

O ferro verde conecta a Bahia à demanda internacional por aço descarbonizado

Foto: divulgação/bahia export

A Bahia se destaca como um dos principais produtores de minérios do Brasil e do mundo e, em um cenário de curto e médio prazo, o estado pode ser um grande fornecedor de HBI, sigla para o chamado ferro verde, que é minério de ferro processado sem o uso de combustíveis fósseis, como carvão e gás natural. Embora seja pouco conhecido no mercado internacional, pode trazer grandes investimentos para o Brasil.

Na Bahia, a Brazil Iron se destaca no cenário de transição para a produção de aço de baixa emissão. O Vice-Presidente de Relações Institucionais da empresa, Emerson Souza, apresentou o cenário atual do ferro verde durante o Bahia Export, o Fórum Estadual de Logística, Infraestrutura e Transporte.

De acordo com o executivo, a produção do material segue a linha de descarbonização da indústria siderúrgica. “Basicamente, 8% a 10% das emissões de gases de efeito estufa vêm da indústria siderúrgica. Então, é muito importante para nós mudarmos nossa base energética para uma base de baixo carbono. Para essa transição, é preciso mudar o forno, a carvão, para um forno de arco elétrico. Mas o forno só funciona, só tem a capacidade de transformar minério de ferro em aço com um tipo específico de minério, que é exatamente o ferro verde”, explicou.

Souza disse que de 100% do minério de ferro distribuído pelo mundo, apenas 3% dessa capacidade tem características para a produção de HBI. Ele destacou o potencial do estado para o desenvolvimento do produto.

O executivo da Brazil Iron apontou que a demanda no mercado internacional, mesmo sendo um material considerado de baixo conhecimento, é muito alta em uma projeção para os próximos dez anos.

“O governo japonês já fornece um subsídio de $380 por tonelada para a transição do aço impuro para o aço verde. Na Europa, a partir de 2026, toda produção de aço que não for 100% descarbonizada será tarifada. E então eu trago a conclusão, que nossa projeção é iniciar a produção a partir de 2030. A partir do momento em que nos conectamos à nossa indústria de ferro verde, os primeiros dez anos de produção já estão vendidos. O mercado já comprou. Não é que eu vou sair para vender, o mercado já comprou dez anos de produção, o que já garante uma receita de 30 bilhões de dólares desse investimento”, concluiu.

Participaram do painel Henrique Capballal, presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM); Marcelo Silvestre, presidente da Galvani Mineração; e Tony Lima, COO da Atlantic Nickel. A moderação foi de Georgina Maynart, jornalista da Rede Bahia (TV Globo).

Fonte da publicação: Ferro verde conecta Bahia à demanda internacional por aço descarbonizado | BE News